Um momento: Um
discurso sobre servir
Muitas vezes
encaramos os fatos cruciais da vida sem entender nada dela. Ao longo das nossas
histórias de vida não conseguimos entender uma fração dela por diversos
fatores. Nós estamos atrelados à um ritmo frenético imposto por nossos
contatos. É muito comum olharmos para a vida de forma alegórica esquecendo dos
detalhes, no entanto a vida é um jogo muito rápido que não nos permite ter a
segunda chance. É preciso saber o momento certo para as escolhas, em relação às
escolhas, é muito comum cometermos erros por imprudência, por ingenuidade. Não
podemos atrelar o ‘fracasso’ ao ditado ‘errar é humano’. Os erros é um fato que
acontece e não podemos corrigir. Os erros está presente na nossa vida como um
meio de aprendizado. E justamente nesse aspecto que o ato de servir é um peso
na vida dos indivíduos conscientes da sua condição real. A submissão não é um
preceito moral, ou até mesmo falta de caráter (como é visto por muitos críticos
do BDSM). A submissão é um conceito amplo, e não há como comentar num texto, estaremos
aqui apresentando uma pequena visão desse conceito.
Os erros e a
submissão estão atrelados continuamente na vida do escravo. Errar faz parte da
essência do homem. Nós estamos continuamente no limiar. Mas o que tem haver
erros com a servidão? Muita coisa. A servidão é um fato presente nas nossas
vidas como um desejo a ser realizado continuamente. E com isso entregamos a
nossa liberdade para aqueles que se demonstram interessado nesse fato da
entrega constante e plena. E geralmente essa entrega não se realiza num momento
para outro, é preciso de tempo, paciência dos interessados na consolidação dos
relacionamentos D/s. Tempo para conhecer o parceiro, saber onde estamos
pisando, paciência é a concretude da confiança que vai se formando aos poucos. E
quando a confiança se concretizar a servidão está presente na vida do escravo
de uma forma plena. Porém essa plenitude nem sempre acontece de forma como
planejamos, a qual é aqui que se apresenta um dos maiores dilemas dos submissos
de forma geral, pois todos os nossos planejamentos caem por terra no ato em
deparar as circunstancias inusitadas demonstrando a fraqueza existencial. Com
isso a servidão não pode ficar atrelada aos projetos fracassados. Ela é algo
inerte ao nosso modo de ver o mundo.
E nessa visão de
mundo nem sempre estão condicionados a estrutura da servidão completa. Pois, a
servidão é despertada quando estivermos pronto. O ato de estar pronto não é referente
ao ter uma coleira, é sabermos que a servidão está presente na nossa vida; o
discurso de ser tudo lindo e maravilhoso, como é muito visível naqueles que
estão iniciando, nos hipócritas, é um momento esquizofrênico porque a servidão
ela é condizente com a nossa conduta na vida particular, disso não podemos
mudar. Mas todas as mudanças presentes na vida do homem deixando claro que
somos propensos à ações consolidando nossa escolhas – certas ou erradas – nos
diagnosticando momentos impares nas nossas vidas.
Porém ao pensarmos na
questão da servidão, caminhando certo e errado, não há como escaparmos dela por
causa dos intermezzos presentes na nossa concepção da Vida. A servidão é uma
concepção de vida atrelada à Dominação e submissão, em relação ao conceito de
dominação e submissão pode ser discutido em outro momento. Servir não é somente
os encontros entre o Dono e a escrava. É um relacionamento que exige
cumplicidade, carinho, trocas de ideias, sentimentos, uma construção de uma
história entre duas pessoas que compactuam os mesmos anseios. Servir não é
somente dizer ‘Sim, Senhor’, é entender os sinais do outro e aceita-lo com uma
grande felicidade. O servo, que aqui cabe o escravo e submisso, estão
continuamente presente para dar prazer.
O prazer não é
somente sexual. O sexo não tem uma fundamental importância. O sexo pode ser
algo complementar no relacionamento. O que é de fundamental importância, o
olhar do escravo ao se deparar com o poder magistral da sua Dona. Servir não é
vangloriar-se do Belo, no físico, mas sim interior. Muitos se enganam ao
deparar com o Belo externo como um argumento de ter uma boa Dona. Mas todo ato
de ter uma boa Dona está diretamente ligado ao nosso comportamento, a servidão é
um fato crucial na busca por algo que nos alimente. A servidão não pode ser
encarada como um meio para ‘putaria’ como muitos defensores do moralismo
correto, proeminente na sociedade, enfatizam nos seus discursos hipocráticos
procurando deflagrar uma guerra moral. Porém tem adeptos ao BDSM através das
suas ações argumentam que a servidão é somente vista na hora do sexto deixando
claro que há uma conturbação das concepções coerentes em detrimento dos
entendimentos esquizofrênicos de muitos praticantes que se dizem os ‘corretos’
no BDSM.
Em todos os preceitos
relacionados com a questão da servidão é preciso observar que os adeptos devem
estar continuamente sermos abertos para todas as possibilidades na consolidação
dos relacionamentos D/s deixando claro que somos propensos à felicidades amplas
e irrestrita. A servidão é um caminho sem volta, para aqueles que escolhem a
servidão não pode deixar de servir. Pois é algo presente na nossa vida como um
ponto da característica do Ser argumentando a necessidade de olharmos sempre
para interior de cada indivíduo no intuito de entender as nossas vontades como
Homens.
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